quarta-feira, junho 18, 2025

Vício piorou

Nestes últimos dois meses vi mais séries de renovação de imóveis no streaming que no ano passado inteiro.

Por mais que deteste o regime do Irão

O Irão foi sempre um país onde jurei não pousar os pés - assim como na grande maioria do mundo árabe por considerar que a maioria dos direitos fundamentais dos homens e das mulheres não são respeitados - e irei continuar a achar abjeto o regime dos Ayatollahs. Não obstante, Israel, um país governado por um governo também abjeto que não respeita nada a não ser a sua agenda e cria nada mais que propaganda enganosa, fez o impossível. Fazer-me ter empatia com o Irão, se não por mais porque temos uma coisa chamado direito internacional que tenta gerir as relações entre os países do mundo de forma a que não volte a acontecer uma guerra mundial. Curiosamente são os países mais poderosos que mais colocam em risco esse equilíbrio precário: Estados Unidos, Rússia, Israel, China. O mundo é cada vez mais um lugar perigoso. Temos bullies e pessoas sem respeito por nada que não seja as suas crenças, sentados nos lugares de poder mais impactantes do mundo e não antevejo nada de bom. A mentira e a desinformação lideram em todos os fóruns e as pessoas que detêm a verdade ou são demasiado pedantes (uns) ou demasiado brandas/democráticas) para defender a verdade ou a razão. Por cada idade de luz há uma idade de trevas. A história repete-se. Nunca iremos aprender nada. Somos todos ainda e apenas animais. 

Uma análise bem lúcida sobre o ataque israelita ao Irão.

terça-feira, junho 17, 2025

Trolls

Trolling behavior online involves deliberately posting inflammatory, offensive, or disruptive content to provoke a reaction and cause distress, often for the troll's amusement. Trolls aim to disrupt conversations, humiliate others, and derail discussions, rather than engaging in genuine communication. Key characteristics of trolling behavior include:

Provocation and Disruption:

Trolls aim to provoke strong emotional responses, often anger or frustration, from others. They may post inflammatory or offensive comments, derail conversations with off-topic remarks, or engage in repetitive actions to disrupt the flow of discussion.

Intentional Malice:
Trolls often have malicious intent, seeking to cause harm or upset others for their own amusement. They may use personal attacks, derogatory language, or spread misinformation to achieve this.

Deception and Anonymity:
Trolls may hide behind fake profiles or use anonymity to conceal their true identities and evade consequences for their actions.

Lack of Empathy:
Trolls often demonstrate a lack of empathy, failing to recognize or care about the impact of their actions on others.

Personality Traits:
Some studies suggest that trolls may exhibit traits associated with the "dark triad" of personality (Machiavellianism, psychopathy, and narcissism) and sadism.

Responding to Trolling:
Ignore and Don't Engage: Resisting the urge to respond to a troll can be an effective strategy, as it prevents them from achieving their goal of eliciting a reaction.

Report and Block:
Most platforms have reporting mechanisms for abusive content and users. Blocking the troll can prevent further interaction.

Collect Evidence:
Documenting the trolling behavior, such as through screenshots, can be helpful for reporting purposes or for seeking support from others.

Decoração

Quando o B se mudou para minha casa, sempre lhe disse que era importante que a casa fosse dos dois. Para isso disse que estava disposto a mudar a decoração, a cor das paredes, para que os dois nos sentíssemos bem. Pois bem, o processo começou ontem com umas cadeiras 'art deco' para a sala, atrás disto virão mais algumas coisas para os quartos, para a sala e para o escritório. A casa de banho e cozinha serão as únicas divisões intocadas. Estou feliz com o processo. 

Não há pássaros aqui - Victor Vidal

Diz a Leya sobre o livro "Com personagens inesquecíveis e desconcertantes, Não Há Pássaros Aqui é uma reflexão madura sobre o modo como aquilo que vivemos na infância determina a nossa vida adulta e como tendemos a reproduzir comportamentos a que assistimos, mesmo quando friamente os condenamos".

Não podia concordar mais com o que foi descrito, o livro é bom, mas foi um dos que mais me custou ler porque ali não há nada de bonito. As personagens são invariavelmente pessoas quebradas. É uma história que começa com um mistério, uma interrogação e que volta ao passado para fazer sentido do presente. Ocorre que o passado é feio, vil, doente e pouco a pouco vamos percebendo como os personagens ficaram irremediavelmente contaminados pelas suas histórias. Podia ser uma história de redenção, mas não. Há doenças das quais pode não se querer a cura, mas será que é pela força da doença em si ou porque a pessoa prefere a doença que conhece?

Este livro está muito bem escrito, mas perturbou-me. Cheguei ao final com um gosto amargo na boca. Senti-me apenas mal ao terminar. 

15/20

Pessoas Normais - Sally Rooney

Ora bem. Falaram-me bem da série e eu achei que valia a pena ler o livro da Sally Rooney. A sinopse é a que segue:

Connell e Marianne cresceram na mesma pequena cidade da Irlanda, mas as semelhanças acabam aqui. Na escola, Connell é popular e bem-visto por todos, enquanto Marianne é uma solitária que aprendeu com dolorosas experiências a manter-se à margem dos colegas. Quando têm uma animada conversa na cozinha de Marianne — difícil, mas eletrizante —, as suas vidas começam a mudar. Pessoas Normais é uma história de fascínio, amizade e amor mútuos, que acompanha a vida de um casal que tenta separar-se mas que acaba por entender que não o consegue fazer. Mostra-nos como é complicado mudar o que somos. E, com uma sensibilidade espantosa, revela-nos o modo como aprendemos sobre sexo e poder, desejo de magoar e ser magoado, de amar e ser amado.

O que eu achei do livro... chato, chato, chato, chato, chato. Blhac!

9/20

A Natureza da Mordida - Carla Madeira

Li mais um livro da Carla Madeira 'A Natureza da Mordida', é bem diferente do 'Tudo é rio'. O livro trata do encontro entre duas pessoas: uma professora/psicanalista reformada e apaixonada por livros (Biá), e uma jovem jornalista (Olívia). O carinho e o interesse que desponta entre as duas mulheres, desencadeia uma sucessão de encontros marcados por uma crescente intimidade entre as duas mulheres, que aos poucos vão revelando as suas histórias, uma amizade que começa enquanto as duas se "afogavam na realidade". Este livro é sobretudo sobre sentimentos, perceções e significados. Sobre como a nossa identidade reage ao confronto com o outros e às perdas geradas no confronto com os outros. 

Uma coisa que achei brilhante é que a escritora consegue fazer uma homenagem à literatura e a muitos outros autores incorporando pequenas frases suas para construir a narrativa das personagens, em particular Biá (viciada em livros). O livro joga com a psicanálise, conseguindo ser muito terno e profundo.

16/20

Menorca

Esteve a semana passada de férias em Menorca. Que sítio maravilhoso. A simplicidade do local, as praias de águas azul turquesa e quentinha. Celebramos o aniversário do B e foi bastante bonito. Há muito tempo que eu não ia de férias a conseguir desligar de tudo. Não me lembrei de mais nada. Foi descanso e usufruir do aqui e agora em casal. Ficamos bem perto da Cidadela, que é uma cidade bem bonita, com um centro histórico muito bem conservado. Vim de lá bem feliz, a pensar que a vida presta (não que não pense assim no resto do tempo, mas o sentimento ainda veio mais forte). 

sexta-feira, junho 06, 2025

Saramago disse-o muito bem

"Não é pornografia que é obscena, a fome é que é obscena" - José Saramago

Há que rever muito sobre a moralidade quando se permite que outro ser humano morra de fome ou se tiram os meios de subsistência a outro ser humano. 

Finitude

Fiquei a saber que a mãe do O está com uma doença complexa, na mesma altura em que o pai do O já apresenta uns leves sinais de demência e tanto ele como a irmã emigraram há muito anos. Isto gera um sentimento de impotência e ansiedade acrescidas no meu amigo. Tenho bastante pena que as coisas tenham de ser assim pesadas para ele, tenho muita pena pelo sofrimento que acarreta uma coisa deste tipo. Claro que para o que for preciso estarei cá. Não poderei faltar nunca a um elemento do trio de amigos que se formou há 36 anos atrás e que para mim são uma espécie de irmãos.

É duro ter confirmações físicas de que a vida dos nossos pais está na sua fase final( a minha mãe incluída), quem sabe mais 10 ou 15 anos, ou num caso mau menos. É incerto. A única certeza que tenho é que os nossos pais se vão sentir amados até ao fim. 

Ser gay também terá compensações

Porque é o mês do Pride um restaurante da moda em Lisboa está a fazer uma ação publicitária em que convida casais gay para lá irem comer de graça, contando que eles depois façam publicidade no seu IG. E assim foi, a gerência viu uma foto do B comigo e convidaram para irmos lá inaugurar o mês. A comida estava simplesmente deliciosa e muito breve voltarei lá só para tomar um Aperol Spritz e repetir aquele crumble de maçã demoníaco. 

Num mundo em que ser-se gay não é exatamente o topo da cadeia das coisas recomendáveis, foi giro ter alguém, no caso uma marca, a querer destacar-se dando visibilidade a casais gay. Gostei muito da iniciativa, do ambiente e da comida. 

terça-feira, junho 03, 2025

Devil in the Family: the Fall of Ruby Franke

Este documentário sobre a ascensão e queda de uma "Mommy Vlogger" quem em tempos foi a querida da América é um documento poderoso sobre o os efeitos das redes sociais nas pessoas, sobre os problemas da religião e dos gurus do conhecimento (cinco cêntimos a dúzia); mas também sobre personalidades e fragilidades. 

Era uma família de oito pessoas (pai, mãe e seis filhos) onde a mãe foi tudo menos mãe, o pai foi completamente omisso no seu papel de guardião da família e os miúdos sofreram demasiado abuso - abuso esse que poderia ter matado as duas crianças mais novas. 

Foi completamente chocante para mim. Aconselho a visualização do mesmo que é um documento muito válido sobre a contemporaneidade social. 

Nunca pensei em citar

Nunca pensei em citar Félix a Bicha Má, mas cá vai:

"Tem gente que é igual a segunda-feira, ninguém gosta mas é obrigado a suportar."

segunda-feira, junho 02, 2025

Yeeiii

Finalmente o primeiro banho de mar completo. Pena ter sido nas praias da linha, mas em pouco tempo estarei a nadar em águas bem mais selvagens e quentinhas. Férias venham já!...

sexta-feira, maio 30, 2025

Sereias

Não sei  muito bem o que dizer desta série. Ver a Julianne Moore é sempre um prazer e uma lição sobre como ser bom ator. A série é bastante terra-a-terra, mas  sugere através da cenografia intencional uma (quase) realidade paralela e uma espécie de ambiente onírico/mitológico que nos impele a pensar que estamos a ver mais do que realmente estamos a ver. Creio ser nesse jogo de perceções que se joga com o "canto da sereia". O espectador é hipnotizado e levado a crer em aspetos que são apenas uma manipulação. Ficamos a perguntar-nos se a realidade é real. No final a resposta é muito simples, e ficamos (ou eu fiquei) com uma sensação de ter sido um pouco tolo e de ter sido "manipulado". Não sendo o que esperava, achei este jogo de manipulação muito interessante e as personagens bastante relevantes em toda a encenação psicológica. 

Está muito bem construído para brincar connosco, porém gostava de algo mais sumarento no final. Não obstante, creio que o que nos querem dizer é que a realidade é assim de seca e crua. Aconselho a ver. 

15/20
 


quarta-feira, maio 28, 2025

Irmãs Blue - Coco Mellors

Nunca tinha lido Coco Mellors e confesso que queria ter gostado muito deste livro, porque li muito boas críticas a respeito do mesmo, mas tal não aconteceu. A ponto de partida era bom. Três irmãs muito diferente vivem vidas complexas a lidar com luto da quarta irmã que - aparentemente - era quem mantinha todas as irmãs unidas. Ter de vender a casa onde essa irmã vivia e rever os seus pertences gera uma revolução interna que expõe os segredos de cada uma às restantes e a si próprias. Um banho de reflexão e de realidade toma conta de todas no encerrar deste luto e na descoberta da paixão pela vida sem o que - aparentemente - lhe dava sentido.

Pensei "uau que profundo, que existencial". Mas no final achei que a escrita da autora era um bocado "escrita de gaja". Deixem-me acrescentar que eu distingo gajas de mulheres. Adoro mulheres em geral, mas a "gaja" é assim um subtipo de mulher que me deixa cansado e nada em êxtase. Este livro poderia ser um dramalhão familiar pungente se tivesse sido escrito, sei lá, pela Isabel Allende. Assim, é apenas um livro sobre "gajas com problemas". Lê-se e não ficará na memória. 

13/20

Vidas frustradas

Por exemplo, acho que já referi aqui que não sou um fã da Cristina Ferreira, não acho as intenções dela sinceras e acho que existe um aproveitamento (inteligente, é certo) sobre as camadas mais populares da população, para quem ela é uma referência. 

A questão é, não é porque não gosto da "persona" Cristina Ferreira que vou às suas redes sociais procurar o que ela faz e ofendê-la ou criticá-la. Isto poderia ocorrer por duas razões:
  • ou porque tenho mau íntimo e gosto de ofender/perseguir todas as pessoas que eu não considero à altura do que estou convencido que é certo e correto;
  • ou porque tenho uma vida tão vazia que tenho de a ocupar com pessoas que não gosto, porque a alegria, a felicidade, a realização pessoal não ocupam muito espaço na minha vida e tenho de recorrer até às pessoas que não respeito para ter algo que fazer.
Em qualquer dos casos acho que haveria aqui uma frustração pessoal muito grande. As pessoas frustradas acabam sempre por ser perigosas para si mesmas ou para alguém, dependendo de quão patológica é essa frustração. 

Acho que é por isto que desejo bem a toda a gente e felicidade a toda a gente. Não porque sou um santo, mas sim porque acho que pessoas felizes não chateiam nem fazem mal a ninguém. Depois há aqueles casos, como já referi aqui, de alguns líderes políticos, pessoas muito perigosas, que não me suscitam nada para lá da indiferença e se algo mau ou bom lhes acontecesse, para mim seria igual. 

Mas falando apenas das pessoas comuns, tenho a dizer: procurem encontrar motivos para se sentirem felizes, ocupem-se com coisas positivas, procurem as pessoas que gostam e se não gostarem de ninguém, gostem de vocês mesmos. Percam tempo a mimar-se e não a chatear terceiros.

terça-feira, maio 27, 2025

Bem tentei

Estive na praia este fds e deu para aproveitar o sol, mas foi tudo. Bem tentei dar um mergulho, mas a água estava gelada. Completamente gelada. Ainda não foi desta o meu banho de mar.

segunda-feira, maio 26, 2025

Triste

Uma das coisas que aprendi na terapia foi deixar as emoções serem experienciadas no corpo e não as recusar, em especial as emoções desconfortáveis como a raiva, o medo, a tristeza. Não há mal nenhum dado o carácter impermanente de tudo, a constante mudança.

Estou triste. Nâo estava assim triste há bastante tempo, mas esta emoção não está aqui para ser "eternalizada", é um indicador apenas que que algo está mal. O meu trabalho é perceber o quê. Digamos que é uma espécie de detetor de fumo. 

Tenho agora de analisar, compreender o foco (ou focos), reagrupar e seguir caminho com o tipo de esperança e de otimismo que me é natural. 

sexta-feira, maio 23, 2025

Eu e as Jacarandás

Adoro Jacarandás na natureza, quando estão em flor é um espetáculo delicioso. Na cidade odeio Jacarandás nos passeios (nos jardins ok) porque as flores começam a cair e existe uma gosma que cobre absolutamente tudo e que se pega aos sapatos e que suja e que é o horror. A rua do meu trabalho é toda ladeada por Jacarandás e a minha mota já pede socorro de tanta cola em cima.

quinta-feira, maio 22, 2025

As 4 Estações

Esta série retrata a vida de seis velhos amigos (de mais de 25 anos) que se encontram para férias  - como de costume - descobrindo que um deles quer divorciar-se, o que não só faz como arranja também uma namorada 22 anos mais nova. Este abalo vai trazer muitos questionamentos e afetar a dinâmica do grupo como um todo e de cada um dos casais. 

É uma série que fala de relações duradouras sejam elas de casamento ou amizade, está feita de modo cómico, mas é em muitos momentos amarga diria. É pesada e dramática. Acho que os "maduros" como eu deveriam todos ver esta série e mesmo os mais "tenrinhos". Acho que vale bastante a pena. É sobretudo uma série sobre a vida de todos os dias. 

16/20

Quiet quitting

 Sou um quiet quitter.

Thunderbolts

Estava com muita expectativa relativamente a este filme porque lia em todo o lado que era o melhor filme da Marvel desde os Vingadores, que tinha um profundidade diferente, que era narrativamente inovador. Curiosamente acho que nunca um filme da Marvel me pareceu tão "desenho animado". Achei os personagens muito estereotipados e foi quase como se estivesse a ver uma história para adolescentes ou pré-adolescentes. Acho que funciona bem para jovens muito jovens. É quase uma história motivacional para pessoas de 13 anos.  Fiquei com uma sensação de falta de estímulo ao palato. Não obstante, é bom ver filmes baseados em heróis alternativos ou anti-heróis. Não fosse o ser aborrecido, até tinha potencial. 

12/20

É que não basta votar só porque se está zangado ou mal com a vida...


 

quarta-feira, maio 21, 2025

Cenas de Ninja

O B ofereceu-me uma Ninja CREAMi de presente de aniversário. Nestes 10 dias o limite tem sido a imaginação. É extraordinário como se consegue fazer gelados com todo o sabor e de forma 'fit'. Não foi uma aquisição barata, mas compensa bastante na saúde e no bolso ( a longo prazo). 

Finalmente

Finalmente vejo indignação de Chefes de Estado do mundo ocidental pela barbárie em Gaza. Já vai muito tarde, vamos ver se as cercas de 15000 crianças a necessitar de apoio urgente sobrevivem. 

segunda-feira, maio 19, 2025

Legislativas 2025

Creio que não consigo articular um texto sobre isto, mas algumas ideias soltas:

  • O LIVRE cresceu e é bom perceber que um partido que procura evolução e progresso, de forma limpa, ganhou mais expressão. É uma luminária de esperança, mas ténue.
  • O PS sofreu uma derrota pesada e o Pedro Nuno Santos demitiu-se. Quem bom. Já vai tarde. A arrogância nunca foi boa companheira de ninguém.
  • O PCP mantem-se vivo. Não sei como. 
  • O BE quase desapareceu. Não creio que esta formação faça alguma sentido ou acrescente valor como estão.
  • O PAN continuou vivo. Ainda bem, é o partido que mais leis propõe e que mais leis aprova. Uma pessoa sozinha que trabalha mais que grupos parlamentares inteiros. 
  • O JPP entra na assembleia. Que bom, um partido de origem popular, sangue novo.
  • A AD vence e ganha alguma expressão. Começa aqui o meu incómodo. Quando olho para a história, há grandes homens de direita espalhados pelo mundo. Mesmo no PSD existiram grande homens e mulheres, que não sendo ideologicamente parecidos a mim, eu respeito pela sua honestidade e retidão (Mário Sá Carneiro, Manuela Ferreira Leite, Fernando Nogueira, etc.). Mas este PSD é dos chico-espertos, dos incólumes e isso é dececionante. 
  • O CHEGA cresce e quase se torna a segunda força política. O Chega é um partido cheio de deputados a responder na justiça por crimes (15 casos). É um partido que incita o ódio e a desinformação (um pouco o que se fazia na ditadura criar ódios para desviar a atenção do que é importante). 
Porque é que eu fiquei mesmo desanimado e desistente com este resultado das eleições? Porque o votante do CHEGA é a pessoa que está de mal com a vida, amarga, infeliz, ressentida e que culpa de todas as suas misérias as pessoas/grupos de quem não gostam. Há demasiada gente amarga no meu país.

terça-feira, maio 13, 2025

White Lotus - Temporada 3

It sucked big time!
É tudo o que tenho para dizer.

A vida mentirosa dos adultos - Elena Ferrante

O B adora a escrita da Elena Ferrante e adorou 'A amiga genial'. Por causa disso decidi ler uma obra dela um pouco mais pequena chamada 'A vida mentirosa dos adultos'. É uma espécie de "coming of age" passado em Nápoles (que aliás consegue ganhar uma volumetria considerável neste livro) com uma adolescente a descobrir-se enquanto descobre todas as mentiras e contradições que existem dentro da sua família. 

A escrita é interessante, o enredo familiar e cénico é muito bem articulado, mas no final faltou-me qualquer coisa. Não sei se esperava que a personagem principal acabasse por se tornar uma coisa definida. Talvez a metáfora seja isso mesmo: os adultos não são nada para lá de uma imitação de conceitos e representações que têm de si mesmo, sendo que provavelmente é isso que a Giovanna terminará por ser. 

14/20

segunda-feira, maio 12, 2025

Uma das coisas mais bonitas que me dedicaram

“Os outros eu conheci por ocioso acaso. A ti vim encontrar porque era preciso”.
- João Guimarães Rosa

Lembrando-me que apesar da diferença cultural é o respeito, o carinho, o amor e as boas escolhas que fazem o caminhar da vida ser bom.

51

No dia 10 fiz 51 anos. Gosto muito de somar anos de vida. Estar mais velho quer dizer que vou somando tempo usado em aprendizagens, experiências de vida, troca de afetos, vivência de emoções. Basicamente estar vivo é bom quando se usufrui do leque de opções disponível. 

O dia de anos não poderia ter sido melhor, passado com o B e a minha família. O B diz que a minha família é tão funcional que parece estranha. Somos todos muito emocionais, mas gostamos todos muito uns dos outros e somos 6 novamente (o meu irmão encontrou alguém que eu espero que fique). Siga!

sexta-feira, maio 09, 2025

Metáfora: Hunger Games


Este pequeno vídeo é das metáforas mais poderosas e inteligentes que vi nos últimos tempos. Quem viu a trilogia Hunger Games, percebe à primeira. É claro que nós no mundo ocidental não temos de deixar de viver as nossas vidas por causa de guerras extra fronteiras, mas temos uma obrigação moral enquanto seres humanos de nos manifestarmos, de mostrarmos compaixão, de não deixar cair no esquecimento o genocídio na Palestina (e outros espalhados pelo mundo). O valor de uma criança é inestimável e é o mesmo, seja ela branca ou negra ou cristã ou muçulmana. Sinto muita vergonha pela nossa civilização calada perante a bestialidade que ocorre na Palestina e na Ásia e na Africa, mas a Palestina está "escancarada", aqui mesmo na porta da Europa a sofrer os mesmo horrores que os judeus sofreram durante a segunda guerra mundial. Sinto mesmo muita vergonha, pela falta de empatia que vejo na Europa, no meu país e até no meio de muitos conhecidos. Vivemos na suposta era "do conhecimento e da informação" todos conectados através das redes sociais e eu nunca vi tanto individualismo, tanta falta de empatia e de humanidade. Passando a expressão "Pimenta no cu dos outros não deve ser refresco no nosso". Continuemos agarrados a um falso sentimento de segurança, continuemos a pensar que as coisas não mudam, que não interessa o que se passa longe. Num mundo globalizado interessa cada vez mais. Mas mesmo que não interessasse ainda deveríamos ser orientados por um sentimento de justiça, de respeito, de bondade, de evolução. Sigamos a falar de espiritualidade, de energias, de evolução pessoal (temas da moda) e a ser ridículos. Digo ridículos, porque as pessoas tendem a esquecer que uma pessoa não é aquilo que diz, mas aquilo que faz. As nossas ações é que deixam rasto, aquilo que fazemos (na frente e fora da visão dos outros) é que diz quem somos - com as respetivas consequências boas ou más. No final vamos todos deitar-nos com uma consciência tranquila, uns porque têm a sua consciência mesmo tranquila e outros porque têm uma enorme falta de noção. Gostava de terminar com a referência a uma grande ironia. Vivemos na época da imagem, todos (em maior ou menor grau) querem ser bonitos, ter boa imagem e vê-se que a imagem global das pessoas está mais cuidada, mas há um outro tipo de beleza, subtil e interior e existencial, que tem desaparecido. A nossa sociedade está mais feia neste sentido. Quem é capaz de ver a beleza no seu todo, acaba por sofrer com isso. E aqui reside a ironia. Quem tem uma consciência expandida sofre pela degradação da beleza à sua volta, que por momentos também pode ser sua, porque todos podemos ser falhos, mas a sua consciência e sentido de responsabilidade ajudam a melhorar-se e a recuperar o "viço existencial". Quem não tem noção vive bem, porque não percebe (por incapacidade ou vontade) que por trás de todas as justificativas e desculpas arranjadas para não ser responsável pelas suas ações e pela parte coletiva que lhe compete, a falta de beleza da sociedade reside em si mesmo. A sociedade somos nós. É o nosso reflexo.