sexta-feira, novembro 14, 2025

Raíz

A minha mãe saiu do hospital e está ainda bastante debilitada. Pensamos em várias soluções para lhe dar apoio, uma vez que está dependente. Mas estava aqui qualquer coisa a não bater certo dentro da minha cabeça. Tanto eu como o meu irmão podemos trabalhar em teletrabalho e ninguém vai cuidar melhor da nossa mãe do que nós. Por isso foi o que exigi ao meu irmão, que viéssemos nós cuidar da nossa mãe - que sempre cuidou (e muito bem)  de nós. Desde ontem que percebi que há qualquer coisa de muito calmante nisto. A minha mãe é a minha raiz (tal como era o meu pai), ao alimentar a minha raiz estou a fazer muito por mim, estou a nutrir-me também. E se os últimos tempos têm sido uma loucura, hoje de manhã comecei a sentir uma nova camada de paz, e foi bom ver como ela está mais calma também. 

quarta-feira, novembro 12, 2025

Aquela senhora ontem...

Ontem encontrei uma senhora que nunca tinha visto. Nos 50 minutos de conversa ela disse-me algumas coisas cheias de sentido que, de certa forma, me aliviaram do desgaste do último mês e me criaram alento. Não esquecer sobre o foco, saber que quem interessa está atento, e não deixar de desejar ativamente muita luz e clareza a quem deseja mal, para que quem não está em paz consiga a sua paz. É só isso que desejo, para mim e para os antagonistas: paz.

Wonderful life



Wonderful Life - Black 

No need to run and hideIt's a wonderful, wonderful lifeNo need to laugh and cryIt's a wonderful, wonderful life.
Wonderful life.

terça-feira, novembro 11, 2025

São Martinho

Hoje é dia de São Martinho, uma das datas que a minha mãe adora celebrar com um jantar na casa dela e este ano ela está no hospital a recuperar da operação. É um sabor estranho a que se junta a nostalgia do ano passado em que a pessoa com quem estava foi apresentada à família e sentia eu que a família estava completa. 

No doutoramento temos falado muito sobre filosofia e os filósofos da natureza. Vale a pena guardar que na natureza nada se perde e tudo se transforma e os organismos adaptam-se. É ir adaptando.

segunda-feira, novembro 10, 2025

Espartano

Estou a viver o meu luto do modo mais espartano possível. Nem sabia que era capaz disto, mas é apenas o culminar das decisões que tomei em Julho. Tudo começou ali e tudo finaliza aqui. O homem completa-se.  

Lembranças

Neste dia, há um ano atrás, estava eu a montar a árvore de Natal gigante que tinha comprado no dia anterior. Lembro-me tão bem do sentimento que tinha e de como pensava que essa árvore de Natal seria partilhada para sempre com a pessoa com quem a estava a fazer, afinal foi por ela que montei uma árvore de Natal tão cedo. 

Um ano depois a vida é completamente diferente. Sou invadido pela nostalgia, pela transparência da lembrança. E são estes momentos de vazio que continuo a viver sozinho, sem distrações para lá dos amigos - presentes quando as suas vidas permitem estarmos juntos. 

O consolo vem de acreditar que na natureza nada é vitória ou derrota (como dizia o autor), tudo é e tudo está em movimento. Fluxo perpétuo. 

A Madonna diria assim...

"I'm not your bitch don't hang your shit on me".

Segunda -feira

Hoje é segunda feira e acordei feliz. Voltei a gostar de segundas-feiras, parece. Acordei cedo, lavei e estendi roupa e já estou a trabalhar. Hoje a minha mãe é operada e vai tudo correr bem, porque não pode correr de outra maneira. As segundas feiras costumavam-me dar-me sensação de futuro,  porque, para mim, era realmente o primeiro dia da semana e isso deixa em aberto o potencial de imensas realizações durante os restantes dias.

Ontem apercebi-me - por muitos factos - de como me "desviei da bala" e me salvei. Depois de ter dormido, acho que acordei com essa sensação de alívio e de esperança no futuro. Tenho muito a integrar e estou a fazê-lo, e em paz. Quem bom que é segunda feira, vou fazer esta semana valer a pena.

domingo, novembro 09, 2025

Amigos

Hoje passei uma tarde muito bem passada a qual quererei recordar sempre porque - em conteúdo - foi pivotal para a compreensão da vida que vivi no último ano, e porque - em sentimento - foi muito genuína e saudável. A corda de amizades não acabou, continua a ser tecida.  

Descobri uma "Loja do Chinês" na margem sul que é qualquer coisa. Tenho de voltar lá para investigar melhor. Hoje passei com um objetivo preciso e por isso não me pude demorar, mas assim que puder vai ser estupendo.

sexta-feira, novembro 07, 2025

Luto

Acho que no passado, depois do término de uma relação (não todas), avancei rapidamente para contactos sexuais só para dizer a mim mesmo que tinha superado tudo e poder encerrar o assunto. Penso que isto seja, talvez, relativamente comum entre homens gay. Mas fazer isso nunca foi nem força nem superação nenhuma, foi apenas medo de encarar a dor e a verdade de que estava incomodado e desconfortável; então acho que escolhi calar esses sentimentos, o que simplesmente aumentou um vazio que me fazia mais necessitado de contacto e, por conseguinte, fraco. 

Desta vez estou a seguir um caminho diferente. Simplesmente não estou a negar o meu luto, estou a assumi-lo com toda a sua dor nas ausências, com toda a dor das lembranças, porque não nego o amor que existiu (o amor que existe) e sem sentir este abalo não há cura. O racional diz que a vida seguiu, mas o afeto diz que não. A vida não seguiu nada, a vida está parada e a ferida está aberta, apesar de não estar ignorada. Superar não é apagar o outro, fingir que a ferida não existe. Nesse caso seria a ferida (prolongada) que iria acabar por me controlar - como sempre. 

Assim sendo, quem está no controlo sou eu. Quero sentir isto até ao fim, sem vergonhas, sem afetações. Estou quebrado e pesado, mas a dor vai deixar de ser um peso e vai transformar-se em compreensão e, no seu tempo, em aprendizagem. Não tenho de provar a ninguém que estou bem. Estou mal e não há problema nenhum com isso. Estou em abstinência sexual e emocional e é porque não estou resolvido e não há problema nenhum com isso. Coragem não é avançar e fingir que nada aconteceu, coragem é a honestidade connosco próprios, dizermos que não há pressa. Sabermos e aceitarmos que estamos colapsados é o maior sinal de força no momento. Reconhecer a verdade não assusta e a seu tempo cura - por inteiro - até voltarmos a caber no que normalmente/realmente somos. Pela primeira vez sei que estou num bom caminho, porque não me importo de sentir o luto e isso faz-me estar comigo, apenas comigo. 

O caos reduz

A minha mãe já  tem operação marcada para esta segunda feira. É uma fatia importante do caos que se resolve.

Dança

Dançar sempre foi muito importante para mim. Era pequeno e já gostava de ver a música sair pelo meu corpo em forma de movimento - é uma lembrança feliz. Talvez por isso tenha decido ter lições de dança/movimento contemporâneo, nesta altura em que estava/estou a precisar de algo que me conecte a um estado de espírito positivo. Hoje tive a primeira aula. Quando saí de lá, a voltar para casa de mota, estava feliz.  O ar frio na cara, o corpo dorido e um sorriso. 

quarta-feira, novembro 05, 2025

Tempos confusos

Talvez nunca esqueça este Outubro de 2025. 

Uma vez vi um filme chamado "A tempestade perfeita" protagonizado pelo George Clooney, uma dramatização de um acontecimento real que levou ao desaparecimento de uma embarcação de pesca. Três tempestades juntaram-se dando origem à tempestade perfeita. 

Nesse agosto de 2000, poucos dias depois de ver o filme, chegava à minha vida - também - a tempestade perfeita . Nunca senti um nível de dor e de impotência tão grande. Aqueles acontecimentos traumatizaram-me profundamente ao ponto de nunca mais conseguir cantar uma canção que estava sempre a cantar naquela altura, como se isso me fosse trazer um enorme azar. É estupido. Mas o cérebro não quer saber da racionalidade das coisas a maioria das vezes. Lembro-me que esse evento de 2000 levou uma grande parte da minha ingenuidade, da minha alegria; tornei-me obcecado pelo controlo de tudo o que interagia comigo. 

Foram precisos alguns anos, para que eu voltasse ao normal, desgastando amizades e a vida familiar com a minha obsessão e desconfiança permanentes. Em 2006, outro evento difícil de integrar, leva-me ao ponto mais baixo da minha saúde mental. No processo de reabilitação fiz acordos comigo, coisas que nunca poderia esquecer e das quais tinha de tratar em nome próprio. Comecei - por fim - a ser verdadeiramente feliz. Fiz boas escolhas e essa felicidade durou 8 anos. Foram tempos em que estive presente e centrado.

Algures em 2014 mudei radicalmente de hábitos. Eram os tempos de novidade que se viviam e embarquei nessa onda, por curiosidade. Porque não? Pensei. Se os outros conseguem eu também consigo. A curiosidade não matou o gato, mas desorganizou o gato, que se viu em extremos onde 6 meses antes não se imaginava. 

Quis voltar à minha tribo e aos meus códigos, mas algo correu mal. É quase como se as trilhas de cheiro se tivessem misturado e o caminho estava dúbio. Não encontrei a minha tribo. Apesar de achar que estava viver nela e dentro das minhas convicções. Mas estava agora num meio novo, outra geração, outro tipo de gente e a viver de acordo com eles, mas sem dominar o que estava a acontecer. Estava a construir a vida privada com uma pessoa, sem saber exatamente e que estava a fazer, acreditando que ainda era o que sempre tinha sido, a criar justificações para este "erro de casting" e os que se seguiram. É quase como se existisse a realidade e uma realidade fantasma a perpassa-la, onde eu me movia realmente.

Por força do destino, esta realidade nublada encontrou-se com a realidade real. Há pessoas que nos tocam de uma maneira em que tudo é espelho. Nesse espelho vi muitas coisas, umas mais rápido, umas mais lento e começou a partir-se essa camada de "ser" agarrada à alma antiga, o ser que final não era. A névoa dissipou-se, mas não sem dores, não sem custos irrecuperáveis. O amor tem destas coisas, o amor da nossa vida pode não ter vindo para ficar. Não deixa de ser o amor da nossa vida, deixa de ser o amor para nossa vida.

Há uns meses atrás citei aqui "A vida não começa aos 30 ou depois dos 40. Ela realmente começa quando você deixa de ser besta" e ainda "Imagina ler um livro em que nunca podes voltar à página de trás. Com que atenção lerias esse livro? Assim é a vida". E de repente aos 51, tive a certeza de que posso redefinir o momento em que passo a estar presente e consciente de novo. 

A consciência é um estado tramado porque não só o desejável fica claro como cristal, como o não desejável também se evidencia, na luz nada se esconde, todas as imperfeições (das maiores às mais pequenas) estão ali visíveis. Renascer de uma morte pode ser das ironias mais cruéis que existem, mas acontece e não se está treinado para isso, para as ironias da existência, para a crueldade das assincronias. Eu pelo menos não estou preparado.

Os últimos três meses e meio foram dos meses mais tristes, mais incríveis, mais desafiantes, mais belos, mais desgastantes, mais produtivos, mais melancólicos, mais esperançados que já tive emocionalmente. Tudo ficou - de repente - tão claro que me sinto confuso, o meu cérebro não se habitua. Tenho tentado treinar o cérebro e não consigo. 

Poderia ter o consolo de saber que a paz vem quando tiramos da nossa mente o que não conseguimos controlar, mas a mente é ardilosa. As opiniões das outras pessoas, as noticias, o passado, é fácil. Mas a realidade é que não estou em paz. Estou muito triste. E neste processo de luto, o presente recusa-se a ficar passado, ou melhor dito, o passado é ainda presente e não sei quanto deste passado será ainda futuro. 

Os passados são tramados. Adoecem o presente. Quando a mente não consegue distinguir o que é o quê. O passado envenena o presente, e o ego reage com todos os seus medos, pânicos, inseguranças e sistemas de preservação e ataque. Dois egos em luta e lá, bem no fundo, já esquecidas pelo outro e pelo próprio, a verdadeira essência de cada um em ausência de relação, em amor solitário, em sofrimento, quando nada tinha de ser assim. E não há volta porque o ego precisa de um enredo onde é vítima injustiçada e incompreendida. Este sofrimento do ego dá um sentimento de identidade. E já nenhum se lembra que o amor não é sofrido. Que isto é tudo uma outra coisa. Nenhum fica a ser o que realmente é, e que não voltará a ser com o outro, não aqui neste tempo presente. É deste relento, que morre a conexão. Não o sentimento.

Então são tempos muito confusos. A única coisa que se procura são lugares seguros, e a única coisa segura são os amigos, os amigos que sabem tudo de nós, que ouvem tudo de nós, que nos falam qualquer coisa sem medo, mas sempre com amor. De um lugar de amor que não está sofrido, que não faz a crítica ser ataque, que não faz a análise ser julgamento. Amor simplesmente. 

Mas estes tempos são confusos. No final de outubro deste ano de 2025 tive a minha nova "tempestade perfeita". A morte de uma relação (pela qual estou profundamente grato), a doença/sofrimento da mãe, a minha própria doença de novo a atacar. Não obstante, esta última relação tirou o véu que me cobria a realidade fazia tanto tempo. Estou aqui sem fantasia, sem justificações. O que é, é. O caos existe neste momento, mas o caos é apenas uma soma de coisas amalgamadas numa bola grande e assustadora. Se o cortarmos às fatias e se resolver uma coisa de cada vez, ele deixa de ser caos. 

Em tempos confusos há que praticar a arte da paciência (na qual não sou particularmente dotado) e acreditar que na desordem global, sempre se criarão polos de ordem local. As leis da relatividade também se aplicam aos indivíduos, a nossa visão deve estar ciente disso. E é tudo.  

Amigos

As minhas amizades variam entre 3 e 37 anos. Tem havido um movimento bastante bonito de apoio pela passagem da "tempestade" não prevista. Isso é bom de sentir.

terça-feira, novembro 04, 2025

Meter as pilhas

A minha mãe telefona-me a chorar porque já não aguenta tanta dor e a operação foi marcada para o fim do mês. Quando a campeã do sofrimento em silêncio se encontra neste estado, eu entro em desespero. Queria metê-la no meu colo e dizer que vai tudo correr bem, porque vai, mas metê-la no meu colo ir fazer-lhe dor também. Queria protegê-la disto, como ela me protegeu a vida toda, ser o "pai" agora.  Não sou pai, sou o filho, e sou adulto. É o que basta. Estou a meter as pilhas e tentar resolver os problemas, este e os outros que foram caindo este mês (os grandes e os pequenos), estou no olho do furacão. Mas que digo a mim mesmo, para me manter firme? Problemas reais têm as pessoas em Gaza. Aqui, na vida que tenho, o caos deixa de ser caos quando se resolve um problema de cada vez. Há que ter paciência. Há que continuar, foi por isso que há 10 anos tatuei a minha perna "má" com o Wawa Aba. Mas o que está ali sempre, com o tempo acabamos por tomar por certo e adquirido. Esbate-se. 

Olhei para esse símbolo de novo. Vou resolver uma coisa de cada vez, com perseverança, uma por uma. Ninguém me prometeu o paraíso quando cheguei à idade adulta. O mundo é um lugar imprevisível onde tudo pode acontecer e há que estar à altura. Temos sempre os nossos lugares seguros, onde podemos ser vulneráveis e expirar e (porque não) até chorar. E depois começar tudo de novo no dia a seguir. Porque estamos vivos. Tudo só acontece a quem vive, o mau, mas também o bom.

segunda-feira, novembro 03, 2025

Bugonia

Yorgos Lanthimos tem tanto de genial como de louco e neste último filme não consigo bem decidir de que lado ele estava quando o realizou. Emma Stone começa a entrar na categoria das minhas atrizes fetiche porque ela é efetivamente de uma versatilidade enorme. Ainda bem que se tornou a musa deste realizador que a leva ao limite da arte da representação. 

De novo o filme: ele brinca com o "envenenamento" que a Internet nos provoca. Apesar de ser uma comédia é profundamente perturbador e negro. O filme é desagradável de ver, pela loucura do argumento e dos personagens, mesmo pelo modo como é filmado, mas é intrigante de uma maneira quase suja.  E somos tomados pelos juízos de valor, para no final sermos nós julgados e ridicularizados pelo realizador com o término da história.

Ontem pensei que não tinha gostado muito. Hoje, depois de ter literalmente dormido sobre o assunto, achei muito bom. Pela irreverência e pelo ridículo a que fui submetido (muito inteligente).

17/20

As Horas

Laura Brown.

Estrelícia

Tenho uma planta nova - gigante. Sempre quis ter na sala uma estrelícia gigante, era isso ou uma bananeira. Realizou-se o sonho por acaso.

Metáforas

Quando se vai para reabilitação por motivos de adição, há uma dor física e psicológica por via da abstinência da substância viciante. O que dizer ao meu cérebro ou será ao meu corpo ou será aos dois?

sábado, novembro 01, 2025

Casa

O mais ensurdecedor de todos os silêncios.

Onde há amor...

Cuidar da minha mãe é terapêutico. 
Onde há amor ninguém se lembra de desamor.

sexta-feira, outubro 31, 2025

Casulo

Quando há privação de estímulo (não ativação dos sentidos) nada entra e nada sai. 

Novo

Inscrevi-me numa escola de dança. Antes de ser operado à coluna tinha feito danças de salão (7 anos), hip hop (2 anos) e estava a fazer dança contemporânea/expressão corporal quando fiquei incapacitado. Foi há 10 anos. 

Fiquei forte de novo e 'Ela' disse-me que eu sou da fala, da expressão. Pareceu mais que certo. Vamos ver como corre a experiência. O que consigo fazer com este corpo de hoje. 

PhD

Depois de na semana passada me ter sentido mal com as observações analíticas que recebi em Historiografia, bem duras, esta semana recebi boas críticas e a professora disse que este ensaio não tinha nada a ver com o outro. "Está muito bom, fiquei a saber que você ouve". Nem sabe ela a importância simbólica do que me disse.

Terapeuta Nº4

A mudança de terapeuta foi uma coisa que aconteceu como uma necessidade de ser agradável, não por vontade individual, não obstante estou muito feliz por ter chegado a ela. Diz poucas coisas, mas muito acertadas (acho eu) e escava. Eu nem percebo que ela está a escavar, mas quando faz um sentido daquilo que eu estive a dizer, eu percebo que escavou. Em 4 sessões cheguei a conclusões que, parece incrível nunca as ter tido. É quase como respirar, que é um ato involuntário mas que também pode ser voluntário. 

Ela disse que estava cá para me ajudar a descobrir e eu estou a dar-lhe todo o material possível, porque estou muito interessado na descoberta. A raiz está a nutrir a planta de novo.

quinta-feira, outubro 30, 2025

Estranheza

O meu PT disse que o cérebro e a parte do corpo mais fácil de treinar. Não sei porquê, mas não consigo acreditar muito nele. 

Depois da caçada

Estava muito curioso por ver o retorno da Julia Roberts aos filmes e foi estranho. É bom vê-la fazer um papel em que ela não parece ela, mas ao mesmo tempo há sempre uma vontade de rever o estilo a que nos habituou. O filme fala de uma acusação de abuso sexual numa instituição do ensino superior e do que envolve as dinâmicas de poder e desejo de ascensão, dentro da mesma. O realizador consegue manter-nos durante quase todo o filme com uma dúvida que parece que nunca vai ser satisfeita até que é (ou talvez não). Há aqui neste filem, talvez, um tender para a tendência de mostrar cruamente os tempos cínicos em que vivemos. Não sei se gostei muito, precisei de tempo para pensar. Acho que não gosto de coisas assim tão reais e veladas.

13/20

quarta-feira, outubro 29, 2025

Hoje

Hoje gastei o euro mais parvo da minha vida. Mas deu para rir um bom bocado e agora devo frequentar eventos públicos de história e literatura (riso número 2). 

Winston Churchill knows best

«Quanto a mim, sou um otimista - não me parece muito útil ser outra coisa».

Safe Spot

O Blogue do Silvestre é o meu "safe spot". Estive a ler o que o (Ex)Namorado escreveu no blogue dele e sim, concordo muito. Este diário é uma terapia em si mesmo. 

terça-feira, outubro 28, 2025

Além da chuva

Nunca pensei que uma ida ao Pingo Doce pudesse ser tão triste. Mas numa nota positiva, cozinhei as melhores marmitas da semana de sempre, aquele frango está delicioso.

Já me esquecia de deixar nota

O novo álbum da Lily Allen é verdadeiramente estupendo. Senti uma espécie de sensação idêntica a quando ouvi o novo da Lorde, musicalmente falando. Mas West End Girl é além de tudo mordaz. A Lily sempre foi boa por fazer letras mordazes.

Instagram

Sempre achei lindo no Instagram o poder olhar para a linha do tempo em eventos fotográficos, não é como aqui no blogue em que falamos de um sorriso de uma experiência estética, lá temos a imagem desse sorriso e dessa experiência. 

O que acrescentei na minha nova filosofia de Instagram (em que foto e texto formam o mesmo veículo) foi poder também relembrar - nesses textos ou legendas - momentos de súbita clareza ou compreensão profunda sobre situações, sobre existência - seja através de palavras originais ou citações das palavras de outra pessoa.  

Hoje reli num post que fiz sobre igrejas gregas:

"Quem acredita entrega-se à fé. E nesse caminho nenhum inimigo o derrota. Porque mesmo que as adversidades alterem a sua rota, só se perde quem desiste da sua fé. As sementes do medo estão no nosso íntimo e não na mão que nos ameaça." (JLN Martins)

Tal como Heráclito de Éfeso dizia que "ninguém entra duas vezes no mesmo rio", hoje também não li a mesma frase. 

Everything I wanted



Everything I wanted - Billie Eilish

segunda-feira, outubro 27, 2025

Relatividade

Os colegas são amigos? O que é um colega na realidade? Qual a dimensão social e emocional desta figura no local de trabalho? Ontem, tive duas notícias muito más que me afetaram do ponto de vista emocional e vieram juntar-se ao stress acumulado de não poder ajudar a minha mãe numa situação de saúde que a deixa em muita dor. O meu stress emocional disparou ao ponto de hoje eu estar à beira de uma crise grave. Eu comecei a falar com ele sobre uma das notícias de ontem ao ponto de me ter transtornado (como não fazia há 13 anos) e ele acalmou-me como se fosse meu irmão ou um amigo de sempre. Acabei por lhe dizer que sou neurodivergente e ele foi muito empático. Não me vou esquecer nunca deste dia. 

domingo, outubro 26, 2025

Crescer

Não são as apenas as orelhas e o nariz que não deixam de crescer até ao dia da nossa morte. A nossa consciência vai continuar a expandir e nem sempre sem dores. As dores de crescimento não são apenas na adolescência, as dores de crescimento podem ser eternas. 

Ontem de noite fui correr

Ontem de noite fui correr, ou fazer jogging melhor dito. Já não o fazia há muito tempo e soube-me muito bem. O meu coração aguentou os 30 minutos sem cansaço nenhum (bem diferente do que se passou da última vez antes da operação). Estava a chover uma chuva miúda. Tive de ter algum cuidado para não cair, mas foi tudo em bom. 

A noite, haver pouca gente na rua, a minha música nos ouvidos, deixa-me ter momentos muito bons de paz e até de reflexão, de clareza. Vim para casa com o corpo moído, comi um gelado de iogurte, e estou ansioso para repetir. Quero ver se organizo a minha rotina ara fazer isto 2/3 vezes por semana. Também quero voltar a ir mais ao cinema e voltar às minhas tabelas de Excel para não me esquecer das coisas que tenho para fazer (seja contactar comum amigo, costurar roupa, remendar um casaco, limpar debaixo dos sofás). 

O jogging acalma, motiva e faz bem à saúde.